O recente indiciamento do atacante Bruno Henrique pela Polícia Federal, sob acusação de envolvimento em manipulação de resultados com foco em apostas esportivas, ultrapassou as fronteiras do Brasil e passou a ser amplamente repercutido por veículos internacionais. O caso se refere à advertência dada ao atacante na reta final do revés para o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
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A investigação da Polícia Federal teve início em agosto do ano passado, após casas de apostas identificarem movimentações atípicas relacionadas a cartões recebidos por Bruno Henrique. O foco recaiu sobre a partida contra o Santos, válida pela 31ª rodada do Brasileirão, na qual o atacante recebeu dois cartões — o segundo por reclamação — resultando em expulsão.
Conforme consta, conversas entre Bruno e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, indicam que o atleta já havia antecipado sua intenção de forçar um cartão amarelo, o que levanta a hipótese de benefício a apostadores ligados a ele. A investigação também aponta envolvimento da cunhada Ludymilla Araújo Lima e da prima Poliana Ester Nunes Cardoso, totalizando dez suspeitos.
Reação da mídia internacional
O caso não passou despercebido pelos principais meios de comunicação da América do Sul e da Europa. Na Argentina, o jornal TyC Sports descreveu a situação como um “jogo ilegal” com “acusações severas”, classificando o episódio como uma “polêmica no centro do futebol brasileiro”. O Olé preferiu o termo “escândalo de apostas”.
Já o jornal português A Bola ressaltou que o atleta teria forçado os cartões com o propósito de beneficiar familiares apostadores, apontando um possível conflito ético de grandes proporções.
Postura do Flamengo e desdobramentos legais
O Flamengo se manifestou por meio de nota oficial, declarando que ainda não foi formalmente notificado pelas autoridades competentes. No comunicado, o clube defendeu os princípios do devido processo legal e da presunção de inocência, reiterando seu compromisso com as normas do fair play esportivo.
Apesar do escândalo, Bruno Henrique foi relacionado normalmente para o jogo contra o Juventude, marcado para esta quarta-feira (16), às 21h30, no Maracanã. Embora esteja à disposição, o atacante ficará no banco, conforme o rodízio implementado pelo técnico Filipe Luís.
Contexto e próximos passos
Embora o caso tenha sido arquivado anteriormente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), após análise da Sportradar que não apontou irregularidades na partida, os novos dados coletados pela PF reacenderam o debate. O Ministério Público já indicou que pretende oferecer denúncia formal contra o jogador nas próximas semanas.