A apresentadora Renata Fan manifestou forte indignação ao comentar o indiciamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suposto envolvimento em um esquema de manipulação de apostas esportivas. Durante a edição do programa Jogo Aberto, exibido na quarta-feira (16), a jornalista classificou a atitude do jogador como inaceitável, expressando desapontamento com a situação que envolve não apenas o atleta, mas também familiares próximos.
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“A gente fica pensando por que um jogador que tem tudo, que é famoso, faz algo parecido. Não há nada comprovado até que isso vá para a Justiça, mas só de pensar nisso, não dá para aceitar o Bruno Henrique ou qualquer jogador fazendo esse tipo de coisa”, declarou Renata.
A reação de Renata surgiu logo após a divulgação do indiciamento feito pela Polícia Federal, na noite de terça-feira (15), que aponta Bruno Henrique como suspeito de fraudar uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023. Conforme a investigação, o jogador teria provocado intencionalmente um cartão amarelo durante o duelo entre Flamengo e Santos, com o objetivo de beneficiar um grupo de apostadores — entre eles, parentes próximos.
Aliás, a própria Polícia Federal confirmou que parte do material apreendido envolve mensagens trocadas no WhatsApp entre Bruno Henrique e seus familiares. O conteúdo dos diálogos, encontrado principalmente no celular de seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, reforça a hipótese de que o jogador teria avisado com antecedência sobre a punição disciplinar que receberia em campo.
Os investigadores apuraram 3.989 mensagens no aplicativo, sendo que boa parte delas estavam apagadas, o que gerou ainda mais desconfiança.
Participação de familiares
De acordo com os documentos obtidos pela Polícia Federal, três familiares do atleta lucraram diretamente com apostas realizadas em casas virtuais. O irmão do jogador, Wander, teria apostado R$ 380,86 e obtido retorno de R$ 1.180,67. A cunhada, Ludymilla Araújo Lima, realizou duas apostas em plataformas diferentes — uma de R$ 380,86 e outra de R$ 500 — que resultaram em ganhos de R$ 1.180,67 e R$ 1.425,00, respectivamente. Já a prima, Poliana Ester Nunes Cardoso, repetiu o padrão de aposta de R$ 380,86, com retorno idêntico ao dos demais.
Esses valores, embora não sejam altos, tornaram-se peças-chave na apuração. Afinal, o foco da investigação não está apenas na quantia movimentada, mas principalmente na comprovação da fraude esportiva e na possível articulação entre o jogador e os envolvidos.
Repercussão e postura do Flamengo
O caso teve ampla repercussão e chegou a ser analisado anteriormente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas o processo foi arquivado por ausência de provas de que Bruno Henrique teria forçado o cartão. Entretanto, a nova investigação da Polícia Federal trouxe elementos que, segundo as autoridades, justificaram o indiciamento por estelionato e fraude em competição esportiva.
Diante da gravidade das acusações, o Flamengo emitiu nota oficial afirmando que ainda não foi formalmente comunicado por nenhuma autoridade. O clube reforçou seu compromisso com o fair play esportivo, mas também defendeu o princípio constitucional da presunção de inocência. “O clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa”, diz o comunicado.
Possíveis consequências
Conforme as regras previstas, caso a participação de Bruno Henrique seja comprovada, ele poderá ser suspenso por até dois anos. Em caso de reincidência, a pena pode ser ampliada, chegando até mesmo ao banimento definitivo do futebol. A situação do atacante é semelhante a outros casos recentes envolvendo manipulação de resultados, que têm sido alvo de repressão por parte das autoridades e federações esportivas.
