A crescente influência das casas de apostas no futebol brasileiro tem gerado debates intensos dentro e fora dos gramados. Entre as vozes mais incisivas nesse cenário está a do ex-jogador Diego Ribas, que, após se aposentar em 2022, tem se posicionado com clareza sobre os desafios impostos por essa nova realidade.
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Em declarações recentes, ele abordou não apenas a situação de seu ex-companheiro de Flamengo, Bruno Henrique, investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento em manipulação de resultado, como também teceu críticas contundentes à falta de preparo estrutural dos clubes frente ao tema.
Conforme destacou em vídeo publicado nas redes sociais, Diego manifestou solidariedade a Bruno Henrique, a quem descreveu como “um cara maravilhoso, humilde, autêntico e verdadeiro”. O ex-meia afirmou: “Convivi quatro anos com o Bruno Henrique. Estou na torcida para que tudo se resolva da melhor forma possível”. Contudo, ele reforçou que sua manifestação vai além da defesa de um ex-colega: trata-se de um alerta a todo o ecossistema do futebol nacional.
Aliás, Diego afirmou que não compactua com a lógica das apostas esportivas e se mostrou crítico ao seu avanço desenfreado. “Respeito, mas não incentivo. Esse universo traz dependência e prejuízo em todas as áreas da vida”, declarou.
De acordo com ele, a promessa de ganhos rápidos e a ilusão de controle sobre o jogo afetam precipuamente os atletas mais jovens, alguns dos quais, conforme relatou, já enfrentam sérias consequências: “Tenho amigos internados em clínicas de reabilitação. Jogadores com carreira promissora que colocaram tudo a perder”, revelou.
Nesse sentido, o ex-atleta ressaltou que os jogadores podem se tornar vítimas mesmo em ambientes privados, como encontros com amigos e familiares. “Imagine um jogador comentando, em um churrasco, quem vai bater o próximo pênalti. Mesmo sem intenção, essa informação pode beneficiar alguém em uma aposta”, alertou.
Diego também exemplificou com situações reais, mencionando o caso do atacante Memphis, que deliberadamente desperdiçou uma chance de gol. Para ele, gestos que anteriormente seriam inofensivos, atualmente podem ter repercussões sérias no contexto de apostas.
Portanto, Diego acredita que é essencial implementar medidas preventivas. Segundo ele, clubes e casas de apostas devem assumir responsabilidade conjunta para proteger os profissionais envolvidos no futebol. “Passou da hora de promover cursos e cartilhas de comportamento. Os jogadores precisam ser educados para essa nova realidade”, pontuou.
O ex-jogador ainda destacou a ausência de preparo institucional para lidar com o impacto das apostas esportivas no ambiente esportivo: “É uma realidade que precisa ser vivida com responsabilidade. Os jogadores precisam ser reeducados para não terem problemas dentro dessa novidade que pode se tornar um grande problema”, concluiu.
