O vexame para o Mirassol foi o estopim da relação entre Grêmio e Gustavo Quinteros, demitido do cargo após a derrota por 4 a 1, pela quarta rodada do Brasileirão. Apesar de ter passado poucas horas desde o anúncio da saída, a cúpula gaúcha já enfrenta problemas na busca por um substituto. Isso porque uma de suas primeiras opções, o técnico Dorival Júnior, parece um cenário distante.
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“Não, ninguém me procurou. O Grêmio tem um treinador”, afirmou Dorival Jr. ao jornalista Marcelo Salzano em entrevista ao canal no YouTube. O treinador, atualmente sem clube desde que deixou o comando da Seleção Brasileira, vem sendo frequentemente citado como opção para assumir equipes de grande porte, mas ainda não definiu seu futuro profissional.
Saída de Quinteros
A confirmação partiu do presidente do clube, Alberto Guerra, que lamentou a necessidade da mudança. “Hoje foi um resultado muito ruim. Da maneira como foi, talvez tenha sido uma das partidas que mais me deixou envergonhado. Tomamos a decisão de rescindir o contrato do Gustavo Quinteros. Aproveito para agradecer a ele e à sua comissão técnica. É um profissional de altíssimo nível, fez o melhor que pôde”, afirmou o mandatário tricolor.
A passagem de Quinteros no comando gremista começou em dezembro do ano passado, quando foi anunciado após a saída de Renato Portaluppi. Antes da definição, o clube também havia negociado com outros nomes, incluindo o português Pedro Caixinha. A escolha recaiu sobre o argentino naturalizado boliviano, que havia se destacado no futebol sul-americano, inclusive com passagem vitoriosa pelo Vélez Sarsfield.
Início promissor e declínio preocupante
O Grêmio teve um início animador na temporada, especialmente no Campeonato Gaúcho. As goleadas sobre Caxias, São Luiz e Pelotas empolgaram, mas a postura da equipe diante de adversários mais competitivos, como Juventude e Internacional, pesaram o clima.
Na Copa do Brasil, a classificação contra São Raimundo-RR e Athletic foi conquistada nos pênaltis, o que também gerou questionamentos quanto ao rendimento da equipe.
Conforme destacou Alberto Guerra, a saída de Quinteros visa provocar uma reestruturação interna. “A gente achou por bem tomar essa decisão para tentar remobilizar o Grêmio. Temos um jogo importante no sábado (Gre-Nal). Precisamos da torcida na Arena, sempre nos apoiando, para que a gente consiga vencer em casa e fazer um bom restante de temporada”, declarou.
Questões estruturais e planejamento
Um dos pontos levantados ao longo da gestão de Quinteros foi o número elevado de reforços que chegaram com a temporada já em andamento. Ao todo, 11 jogadores foram contratados nesse período, o que dificultou a adaptação e a montagem de um time coeso.
O treinador chegou a manifestar sua insatisfação com a demora na chegada desses nomes, ressaltando que a pausa após o término do Gauchão seria crucial para ajustes táticos. Contudo, mesmo após esse intervalo, o desempenho continuou aquém do esperado.
Além de Quinteros, deixam o clube os auxiliares Leandro Desábato, Maximiliano Quezada, Rodrigo Quinteros (filho do treinador) e o preparador físico Hugo Roldán. O contrato do técnico se estendia até o fim da atual temporada, mas foi encerrado antes de completar quatro meses de trabalho.