A nova lesão de Neymar reacendeu um debate para além das quatro linhas, dito antes por Jorge Jesus: seu condicionamento físico. Com dores na coxa, o camisa 10 deixou o campo aos 34 minutos da vitória do Santos por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, na Vila Belmiro, pela quarta rodada do Brasileirão. A recorrência de problemas justifica-se, ao menos em partes, pelas decisões extracampo do jogador. Ou ao menos essa é a opinião de Juca Kfouri em sua coluna.
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Kfouri deu o tom de sua opinião logo no título da coluna: “Quem tem pena de Neymar?”. No texto, o jornalista não poupou críticas ao comportamento extracampo do camisa 10, questionando a prioridade dada à imagem de celebridade em detrimento da carreira de atleta.
Segundo Kfouri, Neymar se transformou em “um ex-jogador quase em atividade” e estaria colhendo as consequências das escolhas feitas ao longo dos últimos anos. “Paga o preço por trocar a vida de atleta pela de popstar”, escreveu.
O contraste entre talento e responsabilidade
O texto de Juca Kfouri, embora duro, toca em uma percepção recorrente entre torcedores e profissionais do meio esportivo: o contraste entre o talento inegável e a frustração com sua trajetória recente.
Aliás, esse sentimento encontra eco no próprio elenco santista, que agora precisará encontrar alternativas viáveis para manter o desempenho em meio à ausência do seu principal nome. Como destacou Cesar Sampaio, será necessário “preparar o substituto” e buscar “soluções qualificadas” enquanto Neymar realiza novos exames e passa por avaliação médica mais detalhada nesta quinta-feira (17).
Lesão repete histórico e preocupa o Santos
O técnico interino Cesar Sampaio, que assumiu a equipe após a saída de Pedro Caixinha, confirmou que a contusão foi na mesma coxa esquerda que já havia afastado Neymar desde a semifinal do Campeonato Paulista, contra o Corinthians, no dia 9 de março.
“Infelizmente sim (problema na mesma coxa). Ainda é muito precoce, a gente não tem um diagnóstico melhor, isso será feito amanhã. É uma perda importantíssima”, lamentou Sampaio.
Mesmo com a vitória, o Santos sai do confronto com um dilema técnico. “Sem o Ney, a gente perde o dobro da qualidade na criação”, avaliou. Sampaio ainda justificou a entrada de Rollheiser, que visava suprir justamente essa lacuna. Em contrapartida, a equipe passou a depender de jogadas individuais, sobretudo com Barreal e Guilherme.
O comandante interino admitiu ainda que precisou adotar uma estratégia mais conservadora no segundo tempo para conter a pressão do Atlético-MG. “Essa competição está muito igual, qualquer jogo exige respeito à força do adversário”, pontuou, ao justificar a escolha por um modelo de jogo baseado em transições rápidas.
Repercussões e próximos passos
O Santos volta a campo no domingo (20), quando enfrenta o São Paulo no Morumbis, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Ainda não há previsão oficial de retorno para Neymar, e a expectativa em torno de sua recuperação é acompanhada por incertezas quanto ao futuro do jogador no restante da temporada.
