Antes do confronto entre São Paulo e Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro, um detalhe chamou a atenção: os atacantes Dudu e Gabigol iniciaram no banco de reservas. A situação gerou debate nos bastidores do futebol nacional, especialmente após declarações de André Rizek, apresentador do Sportv. Durante o programa Seleção Sportv, Rizek criticou abertamente o planejamento da equipe mineira, comandada atualmente por uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
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“Um investimento brutal feito pelo Cruzeiro, dois jogadores a peso de ouro. São dois atletas caros, investimento altíssimo. O técnico que hoje está empregado colocou os dois no banco e já deu inúmeras declarações de que não teria montado o elenco desse jeito”, afirmou Rizek, destacando a falta de alinhamento entre a diretoria e a comissão técnica.

Segundo o jornalista, decisões desse tipo indicam uma gestão ineficiente, que ignora o perfil e as necessidades do treinador no momento da montagem do elenco. “Você rasga dinheiro porque monta elenco para um técnico, aí ele sai, vem outro e indica que estes não servem. Você rasgou dinheiro”, completou o comentarista, ressaltando os prejuízos causados por decisões precipitadas.
O proprietário da SAF do Cruzeiro, Pedro Lourenço, também se manifestou sobre o tema. Embora tenha evitado citar nomes, ele admitiu erros nas contratações. Em entrevista ao “O Tempo Sports”, ele comentou: “A realidade mostra para todo mundo: erramos muito. Não vou citar nomes porque é deselegante, tive uma conversa com ele [Mattos] porque precisamos errar menos e, de preferência, não errar. Trouxemos jogadores que não deveriam ter sido contratados”.
Aliás, a declaração de Pedrinho foi além ao dividir a responsabilidade com o diretor de futebol Alexandre Mattos. Conforme o próprio dirigente, o objetivo é corrigir a rota e evitar novas contratações equivocadas, que comprometem o desempenho esportivo e financeiro do clube.
Diante do cenário, Dudu foi questionado sobre as declarações do dono da SAF e adotou um tom pacificador. “Ele é dono do clube, ele fala e faz o que ele quiser. A gente não tem que falar nada, não tem que ficar chateado com nada. A gente tem que fazer as coisas acontecerem dentro de campo”, declarou o jogador, evitando qualquer embate direto com a diretoria.
Por conseguinte, as críticas de Rizek e o reconhecimento de falhas por parte dos gestores celestes escancaram um problema recorrente no futebol brasileiro: a falta de planejamento na hora de investir. Afinal, contratações de impacto só se justificam quando há sintonia entre todas as partes envolvidas.