A declaração do novo técnico do Santos sobre Neymar

Neymar chegando com a delegação do Santos na Vila Belmiro - Fotos: Raul Baretta/ Santos FC.
Neymar chegando com a delegação do Santos na Vila Belmiro - Fotos: Raul Baretta/ Santos FC.

A vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, na noite de quarta-feira (16), marcou não apenas o reencontro do Santos com os três pontos no Campeonato Brasileiro, mas também o início de um novo momento na Vila Belmiro. Agora sob o comando interino de César Sampaio, a equipe manteve a base do esquema tático anterior, mas se prepara mudanças estruturais estão no radar, sobretudo diante dos desfalques importantes — com destaque para Neymar.

Atualmente na 12ª colocação da Série A, com quatro pontos, o Santos terá pela frente o clássico contra o São Paulo, marcado para o domingo (20), às 16 horas, no Morumbis. Até lá, César Sampaio terá apenas mais dois dias de treinamento com o elenco, visto que a preparação será encerrada no sábado.

Neymar: pouca minutagem e nova preocupação física

Desde seu retorno à Vila, Neymar atuou em nove partidas — sete como titular —, porém apenas em uma delas permaneceu os 90 minutos em campo. O atacante soma 519 minutos jogados e uma média de 57,6 por jogo. Seu desempenho, embora irregular em termos de tempo em campo, inclui três gols e três assistências.

Dessa forma, com a possibilidade de nova ausência do astro, Sampaio precisará adaptar a equipe mais uma vez. “É muito precoce dar alguma posição. Não temos diagnóstico. Uma perda importantíssima pra um jogo onde o que planejamos vinha acontecendo. As reposições sustentaram. É orar bastante para que não seja algo que venha fazer com que fique ausente muito tempo”, comentou o treinador.

A estratégia em campo e a influência das ausências

No duelo contra o Atlético-MG, Sampaio optou por utilizar um sistema 4-2-3-1 com a posse de bola e um 4-4-2 sem ela — configuração tática semelhante à de seu antecessor. Apesar disso, o interino indicou que poderá adotar um estilo distinto, mais condizente com sua experiência anterior ao lado de Tite na Seleção Brasileira e no Flamengo, marcado por modelos zonais e menos dependentes da marcação individual.

“Foi um 4-2-3-1 com bola e um 4-4-2 sem bola. Com as pressões e gatilhos pelas laterais. Até o momento em que o Neymar sustentou. Depois fizemos dois ajustes”, revelou Sampaio. Conforme o próprio técnico salientou, sua filosofia valoriza a análise detalhada das características dos adversários para ajustar o modelo de jogo, explorando fragilidades e neutralizando pontos fortes. “É um jogo de xadrez mesmo, como foi hoje. Vamos preparar bem o amanhã para atender às exigências do elenco”, concluiu.

Aliás, Neymar representa o maior desafio do momento. O camisa 10 deixou o campo ainda no primeiro tempo do confronto com o Galo, após sentir dores no músculo posterior da coxa esquerda — o mesmo que já havia lhe afastado por mais de um mês. Chorando, foi substituído e ainda não teve a gravidade do problema confirmada. Ele passará por exames nesta quinta-feira (17 de abril) para uma avaliação mais precisa.

Expectativa de mudança tática no San-São

A partir desse contexto, é provável que César Sampaio avalie alternativas que fogem do modelo adotado por Caixinha. A presença de atacantes mais intensos na recomposição ou de meias com maior capacidade de retenção e cadência pode ganhar força, a fim de compensar a ausência de Neymar, cuja criatividade e mobilidade são diferenciais no setor ofensivo.

“Vim mais de um modelo na seleção com o Tite e no Flamengo, mais convencional, mais zonal. E eles tinham um modelo um pouco mais de referência individual, de marcação individual em modelo mais agressivo. Pude conhecer mais desse modelo, aprender hoje, e entendo que em determinados momentos dá para utilizar um pouco de um e de outro”, destacou Sampaio, em menção ao contraste de escolas entre ele e a comissão técnica portuguesa.

Portanto, mesmo com tempo reduzido para treinar, há expectativa de mudanças no desenho tático do Santos. O interino poderá explorar variações, possivelmente reforçando o meio-campo ou escalando um atacante com maior condição física para pressionar a saída de bola adversária — a depender das avaliações dos atletas disponíveis.