A Série D do Campeonato Brasileiro, marcada para iniciar no sábado (19), será palco de uma nova fase para diversos clubes que agora operam sob o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Essa estrutura, que se espalhou pelas divisões superiores, chegou com força também à última divisão nacional. Atualmente, 15 dos 64 participantes já adotaram esse formato, com destaque para o Santa Cruz, América-RN e Portuguesa, que buscam um retorno à elite do futebol.
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O Santa Cruz vive um momento de transição. Apesar de ainda não ter concluído oficialmente o processo de transformação em SAF, o clube já conta com investimentos significativos. O projeto prevê R$ 1 bilhão em 15 anos. Jogadores experientes como Felipe Alves e Thiago Galhardo foram contratados antes mesmo da conclusão do trâmite. No entanto, às vésperas do torneio, surgiram divergências internas e atrasos salariais foram registrados.
Por sua vez, o América-RN já completou a transição para SAF e está em seu segundo ano com essa estrutura. O clube potiguar anunciou um investimento total de R$ 174 milhões em cinco anos. Até o fim de 2024, já haviam sido aplicados R$ 15 milhões, com apoio do ex-jogador Marcelo. Apesar do aporte, a equipe não conseguiu o acesso na temporada anterior e retorna em 2025 com o mesmo objetivo.
A Portuguesa, recém-transformada em SAF, também investe pesado. Para 2025, o clube paulista confirmou um aporte de R$ 30 milhões, divididos em duas parcelas. Ainda que não tenha apostado em nomes de grande apelo midiático, já obteve retorno financeiro com a venda do atacante Renan Peixoto ao Athletico por R$ 6 milhões.
Entretanto, o alto investimento não garante o acesso. Conforme lembrou o executivo do América-RN, Constantino Júnior, fatores como estrutura, logística e profissionalização também fazem a diferença. “A Série D é uma competição imprevisível”, destacou. Clubes organizados e com menor orçamento, como Retrô e Maringá, conseguiram o acesso em 2024.
Além das cifras, as SAFs buscam trazer um padrão mais profissional à gestão dos clubes. Com melhorias em centros de treinamento, logística de viagens e estrutura geral, essas mudanças têm potencial para transformar o cenário da Série D, ainda que o modelo associativo continue competitivo. Afinal, o sucesso depende de uma combinação entre investimento, gestão e desempenho dentro de campo.