A noite de quarta-feira (16) no Maracanã foi de pura supremacia rubro-negra. O Flamengo venceu o Juventude por 6 a 0, em uma atuação marcada não apenas pelo placar elástico, mas pela intensidade contínua e a organização tática que chamou atenção do jornalista Celso Unzelte, que não poupou elogios ao comportamento coletivo do time comandado por Filipe Luís.
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“Esse time funciona como um organismo, que é o que a gente cobra de todo time do país”, iniciou Unzelte destacando a forma como a equipe manteve o ritmo até os últimos minutos do jogo. A postura de Filipe Luís, inclusive, corroborou com a análise.
“Volta com Luiz Araújo no lugar do Pulgar, ganhando de 3. Depois você tem Pedro entrando no lugar do Arrascaeta. Ainda entra o Cebolinha. Só não foi mais porque o Michael perde um gol imperdível no primeiro tempo”, comentou.
Unzelte não só resgatou o termo “nota artística”, popular nos tempos de Jorge Jesus, como foi além. O jornalista entende que, apesar de similar, o time de Filipe Luís encarna outra versão. “São artistas operários. Esse é o sonho de todo mundo que pratica futebol. E se aproxima disso”, disse.
O jornalista também apontou a intensidade, mesmo em situações de vantagem confortável, como uma herança bem absorvida do histórico time comandado por Jorge Jesus. “Eu nunca vou esquecer um jogo que o Flamengo já estava goleando o Goiás de 5, e continuava chutando até o apito final. Isso está acontecendo com essa equipe”, completou.
Análise do jogo: domínio do início ao fim
O Flamengo iniciou a partida com postura agressiva e controle total da posse de bola. A estratégia de Filipe Luís ficou evidente logo nos primeiros minutos, com movimentações coordenadas, marcação alta e rápida recuperação após perda. O Juventude foi completamente envolvido em um esquema que fez lembrar um treino técnico, tamanha a facilidade com que o Rubro-Negro circulava a bola entre os setores.
O placar começou a ser construído aos 12 minutos, com gol de cabeça de Erick Pulgar após cobrança precisa de Arrascaeta. Aos 17, Plata marcou com uma cavadinha após bela assistência de Gerson. Apenas quatro minutos depois, Danilo ampliou também de cabeça. Em apenas 21 minutos, o Flamengo já vencia por 3 a 0 e dava mostras de que não relaxaria.
De fato, o ritmo não caiu. Michael perdeu chance clara ainda no primeiro tempo, após jogada de Alex Sandro, mas o desempenho coletivo se manteve em alto nível. A liberdade dos zagueiros para iniciarem jogadas e a constante movimentação dos atacantes deixaram a defesa do Juventude desnorteada.
Na etapa final, a pressão aumentou. Com a entrada de Luiz Araújo, o Flamengo passou a atuar com cinco homens de frente: Gerson, Arrascaeta, Michael, Luiz Araújo e Plata. Aos 10 minutos, Arrascaeta fez um golaço ao girar sobre a marcação e finalizar com categoria. Depois, Pedro entrou para ser o centroavante fixo e marcou duas vezes — uma de cabeça e outra no rebote de pênalti que ele mesmo sofreu.
Repertório, variações e padrão tático
A atuação também serviu para que Filipe Luís testasse novas formações sem perder a consistência tática. O time mostrou repertório variado: gols de bola aérea, infiltrações por dentro, trocas rápidas de passe e pressão constante na saída de bola adversária. Foram 18 finalizações contra apenas quatro do Juventude, que mal conseguia respirar. Além disso, o Flamengo trocou mais que o dobro de passes do rival.
Mesmo diante da fragilidade do adversário, o treinador não se iludiu. “Uma das coisas que bato muito na tecla e luto é que o time não baixe o ritmo. Que continue com o ritmo e intensidade altos, pressionando o tempo todo”, afirmou Filipe Luís após a partida.
Com mais de 31 mil torcedores presentes no Maracanã, o time saiu fortalecido em confiança e desempenho. O único ponto de atenção ficou por conta de Alex Sandro, que pediu para sair com incômodo na coxa esquerda e será avaliado. Viña segue fora, lesionado desde agosto do ano passado.
Agora, o Flamengo se prepara para o clássico contra o Vasco, no próximo sábado (19), novamente no Maracanã, buscando manter o embalo. A bola rola às 18h30 para o Clássico dos Milhões.
