CBF reforça otimismo por Ancelotti

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid (Foto: Reuters)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) intensificou nos bastidores os esforços para viabilizar a chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira. A recente eliminação do Real Madrid na Liga dos Campeões da Europa, diante do Arsenal, reacendeu as expectativas quanto à saída do treinador italiano ao fim da temporada. Com isso, o italiano voltou a ser tratado como principal alvo da entidade para assumir o posto deixado por Dorival Júnior.

Embora o técnico siga afirmando que não houve contato recente com a CBF, os indícios oriundos de Madri são interpretados como sinais positivos. Conforme fontes ligadas à negociação, o treinador mantém o desejo de comandar a Seleção Brasileira, ainda que a liberação dependa da anuência do presidente merengue, Florentino Pérez.

“Agora tem essa possibilidade”, comentou uma fonte próxima à negociação, ressaltando o novo cenário.

Atualmente, a CBF conduz os trâmites com cautela. O objetivo é respeitar a reta final da temporada europeia e não impor uma postura agressiva, principalmente por respeito ao vínculo contratual que Ancelotti mantém com o Real Madrid até meados de 2026. Mesmo assim, dirigentes já se antecipam ao avaliar soluções logísticas e administrativas para cumprir os prazos da Fifa, especialmente com relação à convocação para os jogos de junho contra Equador, no dia 5, e Paraguai, no dia 10.

Duas frentes de negociação

A entidade trabalha com duas possibilidades. Caso Ancelotti só possa ser liberado após a última rodada de La Liga, prevista para o dia 25 de maio, a lista inicial de convocados será encaminhada à Fifa até o dia 18 daquele mês. O documento poderá ser assinado por nomes como Rodrigo Caetano, Ramon Menezes, Juan ou até mesmo pelo presidente Ednaldo Rodrigues, já que a regulamentação internacional não exige a assinatura do treinador definitivo.

Assim também, a tradicional entrevista coletiva pode ser descartada. A CBF cogita seguir o modelo de outras seleções e anunciar os convocados por meio do site oficial e das redes sociais. A tática busca preservar a confidencialidade do processo, sobretudo porque ainda não há uma definição pública por parte do Real Madrid sobre o futuro de seu treinador.

A eliminação na Champions e as recentes derrotas para o Barcelona — por 5 a 2 e 4 a 0 — criaram um ambiente de fim de ciclo para Ancelotti no clube. A decisão da Copa do Rei, marcada para sexta-feira (26), e o clássico válido por La Liga, no dia 11 de maio, são vistos como eventos determinantes para a saída antecipada do técnico.

Jorge Jesus e Abel Ferreira

Enquanto isso, Jorge Jesus e Abel Ferreira seguem sendo monitorados como alternativas viáveis. Após o insucesso das tratativas em 2023, a CBF decidiu manter nomes de respaldo em vista, a fim de evitar novo improviso no planejamento. A entidade teme repetir a situação que culminou na nomeação repentina de Dorival Júnior, após a renovação contratual de Ancelotti com o Real Madrid no último ciclo.

Aliás, Abel Ferreira ganhou força nos bastidores da confederação, principalmente por conta do seu desempenho no comando do Palmeiras e da familiaridade com o futebol brasileiro. Contudo, ambos os portugueses figuram atualmente em segundo plano, diante da possibilidade concreta de acerto com Ancelotti.

Ainda assim, a discrição permanece como diretriz principal. A CBF evita declarações públicas sobre nomes e conduz parte das conversas por meio de interlocutores que não pertencem ao núcleo tradicional do futebol. A ideia é preservar o processo até que Florentino Pérez dê seu sinal verde, o que abriria espaço definitivo para que as negociações avancem rumo a valores e prazos finais.