O Corinthians teve seu plano de quitação de dívidas aprovado pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD). A proposta envolve um total superior a R$ 76 milhões em pendências financeiras com clubes e atletas. Conforme definido pela CNRD, o pagamento será realizado em um prazo de seis anos, com parcelas trimestrais e valores progressivos ao longo do período — o clube havia proposto um plano de oito anos inicialmente, mas acabou recusado.
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A medida surge em meio ao processo de reestruturação financeira liderado pelo presidente Augusto Melo. “A aprovação deste acordo é um passo importante na reorganização das finanças do clube”, afirmou o dirigente. A iniciativa também representa uma tentativa de regularizar pendências históricas acumuladas, principalmente com instituições esportivas e jogadores que passaram recentemente pelo elenco alvinegro.
Detalhamento do plano aprovado
O pagamento será realizado em parcelas trimestrais, com valores que aumentam gradativamente de acordo com a etapa do cronograma. A divisão ficou estabelecida da seguinte maneira:
- Do 1º ao 4º trimestre: R$ 150 mil por parcela
- Do 5º ao 8º trimestre: R$ 200 mil
- Do 9º ao 12º trimestre: R$ 350 mil
- Do 13º ao 16º trimestre: R$ 500 mil
- Do 17º ao 20º trimestre: R$ 750 mil
- Do 21º ao 24º trimestre: R$ 1,5 milhão
Do valor de cada parcela paga, 80% será destinado ao credor principal, enquanto os 20% restantes serão utilizados para pagamento de honorários advocatícios. Contudo, a quantia total desembolsada pelo clube poderá ser ainda maior que os R$ 76 milhões inicialmente estipulados, devido à aplicação de correção monetária e processos adicionais — como o que envolve o atacante Róger Guedes — cujos valores ainda não foram definidos.
O Cuiabá aparece como maior credor do Corinthians, com cerca de R$ 18 milhões a receber, segundo os registros do processo. A aprovação do plano coloca fim a uma longa negociação que envolveu diversos clubes e atletas com créditos a receber do time paulista.
Consequências em caso de descumprimento
A CNRD estipulou penalidades rigorosas para o caso de inadimplência. Caso o Corinthians atrase qualquer uma das parcelas ou descumpra os termos do acordo, poderá sofrer sanções esportivas imediatas. Entre as medidas previstas, está a proibição de registrar novos jogadores, o que afetaria diretamente o planejamento do clube para futuras janelas de transferências.
Aliás, a renegociação validada pela CNRD é apenas parte de um esforço mais amplo de reorganização financeira. Paralelamente, o clube trabalha na Justiça de São Paulo para viabilizar o Regime Centralizado de Execuções. Neste outro processo, o Corinthians propõe a quitação de R$ 367 milhões em até dez anos.
Contexto e perspectivas
Embora a aprovação do plano represente um alívio no curto prazo, o cenário financeiro do Corinthians ainda exige atenção. Afinal, além das obrigações com a CNRD, o clube enfrenta desafios adicionais para manter a estabilidade orçamentária. “Estamos comprometidos com uma gestão responsável e transparente, que respeite os compromissos assumidos”, declarou Augusto Melo, reforçando o discurso de reestruturação administrativa.