A jornalista Milly Lacombe, em coluna publicada na quinta-feira (17), destacou de forma contundente o impacto imediato da chegada de Renato Gaúcho ao comando técnico do Fluminense. Segundo a colunista, o futebol brasileiro, por essência, exige “confiança, ousadia e alegria”. E foi justamente esse tripé que, conforme ela avalia, havia desaparecido no time tricolor sob o comando de Mano Menezes.
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Lacombe afirmou que o elenco doTricolor é tecnicamente acima da média, mas estava jogando de forma apática e sem criatividade. “O Fluminense de Mano estava sem vida. Um elenco acima da média, mas jogando de cabeça baixa”, escreveu. A chegada de Portaluppi foi descrita como uma virada radical. “Renato conseguiu tirar desse elenco o que ele tem de melhor já no primeiro jogo”, pontuou a jornalista.
Para Milly, o novo treinador não apenas reorganizou o time, mas compreendeu profundamente o perfil individual dos atletas. Ela citou nominalmente as virtudes de cada jogador e como Renato as soube explorar: Martinelli na saída de bola, Ganso com liberdade para criar, Árias mais solto, Keno com espaço para o duelo individual e Cano com confiança para finalizar.
“Renato entrou na cabeça do elenco. E estamos vendo o resultado. Os resultados”, destacou.
Ainda mais significativa foi a mudança de postura da equipe. A colunista observou que a coragem, quando bem direcionada, é uma força tática. Segundo ela, o time passou a sair com bola no chão desde a defesa, apostando na posse e na construção ofensiva com fluidez. “Na defesa, tem se segurado: desde a chegada de Renato levou um gol. Fez 10”, ressaltou.
Embora reconheça que nem sempre a troca de comando seja a melhor alternativa, Milly defendeu que, neste caso, foi uma decisão acertada. Afinal, o desempenho transformado — com quatro vitórias consecutivas — e a recuperação anímica do grupo são, segundo ela, reflexos da filosofia imposta por Renato. A frase que resume seu argumento é direta: “Tem vida depois dele”.
Reabilitação dos jogadores
Além do impacto tático e emocional observado, o início da trajetória de Renato à frente do Fluminense tem sido marcado por uma série de recuperações individuais dentro do elenco. Um dos exemplos mais emblemáticos é o volante Martinelli. Apontado como irregular sob o comando anterior e até vaiado pela torcida, ele marcou o gol da vitória na partida contra o Bragantino, na 2ª rodada do Brasileirão, já sob o comando de Portaluppi. Desde então, tem sido destaque em campo, voltando a ser peça valorizada no meio-campo tricolor.
Outro caso citado é o de Samuel Xavier. O lateral-direito havia perdido espaço na equipe com Mano Menezes, mas recuperou a titularidade após uma lesão de Guga. Sua atuação contra o Santos, quando marcou o único gol da partida no Maracanã, marcou seu reencontro com a boa fase. “Agora volta a ter paz com as arquibancadas”, relatou o texto.
Renê, que também passou por críticas severas da torcida, ganhou nova chance com a contusão de Gabriel Fuentes. Aproveitou bem a oportunidade e foi responsável por um golaço diante do Corinthians, na Neo Química Arena. O momento é considerado o melhor dele desde que chegou ao Fluminense.
O zagueiro Freytes, por sua vez, havia sido muito criticado após falhas na derrota para o Fortaleza, que culminou na demissão de Mano Menezes. No entanto, mesmo sem a companhia de Thiago Silva, demonstrou firmeza e conseguiu recuperar a confiança do torcedor. O desempenho sob o novo técnico o reconduziu à titularidade e lhe rendeu elogios.