O que a diretoria do Botafogo diz do trabalho de Paiva?

Renato Paiva em ação pelo Botafogo em 2025 (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

A recente sequência de resultados do Botafogo, marcada por um desempenho oscilante, tem sido acompanhada de cobranças por parte da torcida. Contudo, conforme relatos dos bastidores do clube, a diretoria mantém confiança no trabalho de Renato Paiva — que soma seis partidas no comando da equipe com duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

O empate da última quarta-feira (16), por 2 a 2 diante do São Paulo, no estádio Nilton Santos, foi marcado por vaias direcionadas tanto aos jogadores quanto ao treinador. Ainda assim, a diretoria não cogita uma mudança no comando técnico neste momento. Aliás, há um entendimento de que o elenco ainda pode evoluir sob a metodologia do técnico português, sobretudo com a adaptação gradual ao estilo de jogo por ele implementado.

Desempenho e desafios em campo

Renato Paiva tem buscado alternativas táticas a fim de consolidar uma identidade para o time. Entre suas principais ideias está o uso de Savarino como armador, função que visa aproveitar melhor as características do venezuelano.

“Sempre que possível, quero o Savarino jogando por dentro, como camisa 10”, revelou o técnico. Apesar disso, o jogador ainda oscila em campo e não atingiu a regularidade da temporada anterior.

Outro nome que ainda gera expectativa é Santiago Rodríguez. Contratado para substituir Almada, o meia uruguaio enfrenta um período de recondicionamento físico e ainda tenta se adaptar ao futebol brasileiro. Ele sequer foi relacionado para o duelo contra o São Paulo, após sofrer um trauma na partida anterior, diante do Bragantino.

Artur, por sua vez, chegou para ocupar a vaga deixada por Luiz Henrique, mas até o momento não balançou as redes. O atacante atua aberto pelo lado direito, porém ainda não correspondeu ao que se espera dele. Já reforços como Rwan Cruz, Elias Manoel e Nathan Fernandes permanecem como incógnitas. Este último se recupera de lesão muscular e ainda não teve sequência.

Planejamento e limitações do elenco

Conforme a avaliação interna do clube, há carências visíveis no grupo atual. A ausência de Bastos evidenciou a necessidade de mais um zagueiro, enquanto um substituto para Savarino também está nos planos. No entanto, por ora, o Botafogo só poderá agir no mercado a partir da abertura da janela de transferências do meio do ano.

Essa próxima fase de contratações será especialmente importante, já que haverá uma janela extra em razão da disputa do Mundial de Clubes. O departamento de futebol, inclusive, já trabalha no mapeamento de atletas para essas posições.

Apoio nos bastidores

Mesmo diante das críticas externas, a cúpula alvinegra acredita que o trabalho de Paiva não está comprometido. A avaliação interna aponta que parte da instabilidade vivida pelo time se deve ao rendimento individual abaixo do esperado de alguns atletas, e não necessariamente a decisões equivocadas do treinador. Assim, o entendimento é de que, com tempo e reforços adequados, o rendimento coletivo pode ser potencializado.

Portanto, a expectativa é de que a equipe encontre seu melhor desempenho ao longo da temporada. Em meio a esse cenário de ajustes, o próximo desafio será contra o Atlético-MG, no domingo (20), às 16h, no Mineirão. O confronto reedita a final da última edição da Libertadores, prometendo um teste importante para o atual momento do Botafogo.