Posicionamento do STJD sobre caso de Bruno Henrique

Bruno Henrique em embarque do Flamengo - Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Bruno Henrique em embarque do Flamengo - Foto: Adriano Fontes/Flamengo

O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, está no centro de uma investigação que apura seu suposto envolvimento em um caso de manipulação de resultado no Campeonato Brasileiro de 2023. Apesar das acusações que pairam sobre o jogador, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não planeja aplicar uma suspensão preventiva antes da realização do julgamento.

Situação atual e postura do STJD

Conforme informações colhidas junto a integrantes do tribunal, a suspensão preventiva de Bruno Henrique é considerada improvável neste momento. O presidente do STJD, Luiz Otávio Veríssimo Teixeira, declarou que tal medida só é tomada em situações que representam um risco iminente de repetição de condutas ilícitas. “A natureza do provimento cautelar visa afastar uma situação atual, um risco de recorrência”, explicou o dirigente em entrevista à ESPN.

Aliás, a atual cúpula do tribunal demonstra entendimento distinto daquele adotado em casos anteriores, como o da operação “Penalidade Máxima”, quando outros jogadores foram suspensos provisoriamente. A nova orientação é de que decisões cautelares não devem ser influenciadas por pressão midiática, e sim aplicadas estritamente quando houver justificativa legal robusta.

Acusação e investigação

A investigação contra o camisa 27 do Flamengo teve início após a 31ª rodada do Brasileirão de 2023, quando Bruno Henrique recebeu um cartão vermelho em circunstâncias incomuns na partida contra o Santos. O episódio gerou um volume anormal de apostas, sobretudo em relação à possibilidade do jogador ser advertido.

De acordo com as apurações da Polícia Federal, a suspeita é de que o jogador tenha forçado o recebimento de um cartão amarelo — que, posteriormente, resultou em expulsão — a fim de beneficiar apostadores, incluindo familiares. Prints de conversas entre o atleta e seu irmão vieram à tona, reforçando a linha investigativa. A PF já indiciou Bruno Henrique e outras nove pessoas, mas o STJD ainda aguarda o compartilhamento oficial dos dados para abertura formal do processo.

Possíveis sanções e implicações

A acusação contra o jogador deve se basear no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata da manipulação de resultado. Esse dispositivo prevê penas que variam entre 180 e 720 dias de suspensão, dependendo da existência ou não de ganho econômico direto por parte do acusado. Atualmente, os indícios apontam que apenas os familiares do atleta possam ter se beneficiado financeiramente, o que pode influenciar na dosimetria da eventual punição.

Enquanto não for julgado, punido ou suspenso, Bruno Henrique segue à disposição do Flamengo. Portanto, o atacante deve entrar em campo neste sábado (19), às 18h30 (horário de Brasília), no clássico contra o Vasco, no Maracanã, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro.

Considerações finais

O caso continua em análise pelo STJD, mas, até o momento, não há elementos suficientes que justifiquem o afastamento cautelar do jogador. Eventualmente, novos fatos poderão alterar esse cenário, mas, conforme as avaliações preliminares, o tribunal parece inclinado a seguir o rito regular, aguardando o avanço do processo e a reunião completa das provas para deliberar sobre punições mais severas.