Após três anos, Corinthians volta a ter déficit no balanço financeiro

Escudo do Corinthians na Néo Química Arena (Foto Reprodução/Instagram)

O Corinthians encerrou o ano de 2024 com um déficit financeiro de R$ 181,7 milhões, revertendo uma sequência de três anos consecutivos de superávit. O resultado negativo, divulgado no primeiro balanço da gestão do presidente Augusto Melo, evidencia um agravamento na situação econômica do clube, que também viu sua dívida total saltar para a marca de R$ 2,5 bilhões.

Esse aumento no endividamento representa um crescimento de aproximadamente R$ 600 milhões em relação a 2023. Do montante atual, R$ 1,8 bilhão corresponde a obrigações diretas do clube, enquanto R$ 668 milhões são relacionados ao financiamento da Neo Química Arena. A auditoria independente, responsável por revisar os dados, destacou uma “incerteza relevante quanto à continuidade operacional” da instituição.

A diretoria atual argumenta que parte do rombo financeiro se deve a dívidas herdadas de gestões anteriores. Segundo eles, cerca de R$ 191 milhões não haviam sido devidamente contabilizados nos últimos balanços. “Esses valores se referem a impostos, juros sobre parcelamentos fiscais e ações judiciais em curso”, explicou a administração alvinegra. A título de comparação, a previsão para “provisão de contingências” saltou de R$ 10 milhões em 2023 para R$ 163,9 milhões em 2024.

Apesar disso, o clube registrou uma receita bruta recorde de R$ 1,115 bilhão, impulsionada principalmente por vendas de jogadores, que renderam R$ 338,4 milhões, além dos R$ 295 milhões com direitos de TV e R$ 253,7 milhões em patrocínios e publicidade. Entretanto, os custos também subiram, com destaque para os R$ 428,6 milhões em despesas com pessoal.

Por fim, mesmo com um EBITDA recorde de R$ 293 milhões, o Corinthians enfrentou despesas financeiras elevadas, especialmente com juros, que somaram R$ 279,1 milhões. Para cobrir essas obrigações, o clube precisou recorrer a novos empréstimos, ampliando ainda mais sua já expressiva dívida.