A política de preços adotada pela diretoria do Flamengo nos jogos disputados no Maracanã tem provocado forte insatisfação entre os torcedores e também no meio jornalístico. Um dos críticos é Mauro Cezar Pereira, que utilizou sua participação no programa Posse de Bola para abordar o tema com severidade.
Notícias mais lidas:
“É uma falta de entendimento do que é o Flamengo absurda. Vergonhoso! O Flamengo jogou para 31 mil pessoas, um público ridículo para o Flamengo. Depois da vitória sobre o Grêmio, com o time jogando bem, a torcida motivada… Pedro voltando e fazendo gol, e mesmo assim tinha pouca gente no estádio, com dois setores fechados”, disse Mauro. Os ingressos para a goleada sobre o Juventude variaram entre R$ 80 e R$ 500, valores considerados excessivos por grande parte da torcida.
Aliás, a reação dos torcedores no próprio Maracanã reforça a tese de Mauro. Durante a goleada ouviu-se diversos cânticos de protesto ecoando no estádio: “Ô, baixa o ingresso”. Faixas como “ingresso caro, arquibancada vazia” também foram estendidas no estádio.
Para Mauro, essa política de preços está elitizando o acesso ao estádio e isso é algo que compromete a essência popular do Rubro-Negro. “Preferem, como outros clubes também fazem, uma cadeira vazia do que um pobre sentado nela”, criticou.
Segundo ele, a mentalidade da diretoria não considera a pluralidade da torcida rubro-negra, tampouco propõe alternativas viáveis, como a liberação de ingressos com valores mais acessíveis para quem não integra o programa de sócio-torcedor.
O jornalista também destacou que a insistência da diretoria em manter os preços altos, mesmo diante da rejeição explícita da arquibancada, reflete uma postura inflexível. “Eles não conseguem entender isso e mandam sempre pelo mesmo colunista o mesmo recado: não vou mexer no preço”, lamentou.
Ainda mais contundente, Mauro ressaltou que Bap conseguiu algo inusitado: ser alvo de protestos intensos mais rapidamente do que seu antecessor, Rodolfo Landim.
“A torcida já se revoltou, já protestou, e ele conseguiu uma proeza — foi xingado pela arquibancada do Maracanã muito mais rapidamente que o Rodolfo Landim”, afirmou.
A nova política de abertura de setores do Maracanã, baseada em estimativas de demanda para minimizar custos, também foi abordada pelo comentarista. Setores como o Leste Superior e parte da arquibancada Sul permaneceram fechados em alguns jogos, o que contribuiu para a baixa presença de público. Para Mauro, essa estratégia enfraquece a relação do clube com seu torcedor e contribui para esvaziar o estádio.