Durante sua participação no Laureus World Sports Awards, realizado em Madri, o ex-jogador Cafu voltou a se posicionar contra a possibilidade de um técnico estrangeiro comandar a Seleção Brasileira. Capitão na conquista da Copa do Mundo de 2002, o ex-lateral direito argumenta que, a pouco mais de um ano da próxima edição do torneio, seria mais sensato optar por um profissional que já esteja familiarizado com o cenário nacional.
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“Se tem pouco tempo para trabalhar, coloca um treinador brasileiro, que já está no Brasil, conhece o futebol brasileiro, conhece os jogadores”, declarou Cafu. Segundo ele, nomes como Rogério Ceni, Renato Gaúcho e Roger Machado deveriam ser levados em consideração pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Atualmente, a indefinição sobre o novo técnico gera um sentimento de instabilidade, conforme Cafu pontuou ao dizer: “Parece que estamos leiloando o cargo de técnico da seleção. E isso é ruim para o futebol brasileiro”. A crítica refere-se ao prolongado período sem treinador fixo após a saída de Dorival Júnior, que, segundo o ex-jogador, foi dispensado de maneira precipitada.
“Maior falta de respeito do mundo mandar um treinador embora em um período em que tem mais um ano e meio para chegar à Copa do Mundo”, afirmou.
Expectativa
A demora na definição, aliás, ocorre em meio a especulações sobre nomes internacionais como Carlo Ancelotti, Jorge Jesus e Abel Ferreira. No entanto, Cafu demonstrou ceticismo quanto à efetividade dessa abordagem. “Não sei porque o segredo de não definir o treinador da seleção. Isso gera uma expectativa muito grande”, completou.
Responsabilidade dos jogadores
Apesar de suas críticas à diretoria da CBF, o ex-capitão distribuiu responsabilidades também aos jogadores. Em sua avaliação, os atletas precisam assumir seu papel nos momentos de instabilidade da equipe. “O presidente da CBF não joga, o treinador não joga, a torcida não entra em campo. Se fui escolhido para estar ali, tenho que representar”, afirmou.
Cafu também questionou a utilidade do sistema de licenciamento de treinadores no Brasil, já que, segundo ele, os profissionais locais têm recebido poucas oportunidades. “Do que vale, então, a carteirinha de treinador do Brasil? Talvez, seja pouca oportunidade. Vejo que a CBF, hoje, dá pouca oportunidade para ex-jogadores que viraram treinadores e estão no Brasil”, criticou, sugerindo que a entidade deveria ampliar o leque de possibilidades.
Por fim, Cafu deixou claro que sua preferência por um treinador brasileiro não representa desrespeito a estrangeiros. Segundo ele, trata-se de uma decisão prática, considerando o calendário e a necessidade de adaptação imediata. “Não que não tenha de ir em um treinador estrangeiro, mas, pelo tempo, estamos a um ano e meio da Copa… Coloca um técnico brasileiro e vê o resultado, posição que vai chegar. Baseado nisso, toma uma decisão”, concluiu.