Amante de Payet se manifesta sobre agressões

Payet em ação pelo Vasco (Foto: Abner Dourado/AGIF)

A advogada Larissa Ferrari, ex-namorada do meio-campista Dimitri Payet, atualmente no Vasco, trouxe à tona acusações impactantes envolvendo o jogador francês. Conforme revelou em entrevistas recentes, a relação entre os dois foi marcada por episódios sucessivos de agressões físicas, sexuais e psicológicas, além de situações que ela classificou como manipulações emocionais profundas, incluindo a simulação de um casamento com direito a vestido de noiva e troca de alianças.

O relacionamento teria começado em agosto de 2024, após os dois se conhecerem pelas redes sociais. Inicialmente, segundo Larissa, a relação evoluiu de uma amizade para um envolvimento romântico. Ela conta que Payet se tornou um ponto de apoio emocional durante o processo de separação de seu ex-marido. “Ele era meu abrigo naquele momento”, relatou.

Ainda nos primeiros meses, Payet teria sugerido uma cerimônia simbólica, em que exigiu que Larissa vestisse-se de noiva. “Tivemos um casamento de mentira. Ele disse que aquele era o momento oficial de iniciarmos um relacionamento de verdade”, contou ela.

Segundo a advogada, o jogador nunca mencionou sua esposa, Ludivine, que permaneceu na França com os filhos. “Ele me pediu que comprasse uma aliança para usar e disse que nunca me deixaria”, afirmou Larissa.

Episódios de agressão e manipulação

Com o tempo, o relacionamento passou a apresentar sinais mais graves de controle e violência. Conforme os relatos, crises de ciúmes se intensificaram, principalmente após uma amiga da advogada divulgar nas redes sociais ingressos de camarote de jogos do Vasco, supostamente dados por Payet. A partir daí, o comportamento do jogador teria se tornado cada vez mais agressivo.

Entre os episódios mais chocantes descritos por Larissa, estão os momentos em que foi forçada a realizar atos humilhantes, como se filmar bebendo água do vaso sanitário. Além disso, ela relatou agressões físicas e sexuais que ocorreram como forma de punição imposta pelo atleta.

Imagens de hematomas nos braços, pernas e nádegas foram anexadas aos boletins de ocorrência registrados por ela no Rio de Janeiro e no Paraná, onde reside. A partir desses registros, ela obteve uma medida protetiva de emergência.

Rompimento e busca por justiça

A decisão de tornar pública a situação ocorreu após uma sessão de terapia, na qual Larissa teve uma crise de pânico. “Finalmente consegui perceber que não merecia passar por isso”, declarou. A denúncia oficial veio à tona em 22 de março, e, posteriormente, foi registrada formalmente junto às autoridades. A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a abertura de uma investigação em 30 de março, que está em andamento.

Ainda que o relacionamento tenha durado cerca de sete meses, as marcas deixadas por ele foram profundas. A advogada se pronunciou diversas vezes com o intuito de conscientizar outras mulheres sobre os sinais de relacionamentos abusivos. “Quero apoiar aquelas que, cegamente, permitem que seus parceiros abusem delas”, declarou.

Em outro momento, reforçou: “Quero ensinar as mulheres os sinais que a gente às vezes não vê, especialmente se você é uma menina nova se apaixonando por um homem poderoso e rico”.

Exposição pública e repercussão internacional

As denúncias ganharam destaque não apenas no Brasil, mas também no exterior, sendo repercutidas pelo jornal britânico The Sun. Aliás, a visibilidade internacional contribuiu para pressionar por desdobramentos mais ágeis no inquérito policial e, igualmente, para ampliar o alcance da mensagem de Larissa sobre violência doméstica e abuso emocional.

Payet, até o momento, não se pronunciou publicamente sobre as acusações. A direção do Vasco também não divulgou nota oficial. Contudo, o caso continua repercutindo no meio esportivo e jurídico, levantando discussões sobre a conduta de atletas fora dos gramados e a responsabilidade das instituições em lidar com esse tipo de denúncia.