A atual fase de Agustín Canobbio no Fluminense tem gerado atenção e preocupação. O atacante uruguaio, que teve um início animador na temporada com cinco gols durante o Campeonato Carioca, acumula agora nove partidas consecutivas sem balançar as redes. Esse cenário de jejum evidencia uma queda de rendimento que vai além da estatística e escancara a dificuldade em se encaixar nas exigências táticas impostas por Renato Gaúcho.
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Canobbio chegou a emplacar uma sequência de quatro partidas consecutivas marcando gols no início do ano, aproveitando sua boa conexão com Cano e as infiltrações coordenadas no espaço deixado quando o centroavante recuava. Contudo, o cenário mudou significativamente, principalmente após a lesão do lateral-esquerdo Fuentes.
O colombiano, que contribui ofensivamente ao avançar à linha de fundo, abria espaços e oferecia opções de tabela ao uruguaio. Sem essa parceria em campo, Canobbio viu sua produção ofensiva cair drasticamente.
Além disso, o novo comando técnico trouxe mudanças estruturais na dinâmica do ataque. Renato Gaúcho tem insistido na reconfiguração das funções dos pontas, exigindo uma movimentação que parece destoar do estilo mais aberto adotado anteriormente.
“O meu atacante do lado oposto tem que fechar. Jogada do lado direito tem que fechar na área para fazer o gol. A mesma coisa que eu falo para o Arias. Jogada do lado esquerdo tem que fechar. São atacantes, têm que estar na área para fazer o gol”, declarou o treinador após o empate em 1 a 1 com o Vitória, no Maracanã, no domingo (20).
Na prática, Canobbio tem demonstrado dificuldades em adaptar-se a essas instruções. Contra o Vitória, desperdiçou uma das chances mais claras da partida ao furar uma finalização de primeira após cruzamento de Renê. Até agora, no Campeonato Brasileiro, são apenas três finalizações em cinco partidas. Ao longo dos nove jogos sem gols, o atacante somou apenas nove tentativas — média inferior a uma por confronto.
Renato Gaúcho, por sua vez, não esconde sua intenção de ajustar o posicionamento do jogador. “Ele saiu hoje porque o Vitória estava dando espaços, e a gente precisava de velocidade. Nós temos um gênio que joga no meio de campo, que é o Ganso, só que ele precisa de velocidade na frente”, justificou ao comentar a substituição do uruguaio por Serna.
A situação de Canobbio contrasta com a expectativa gerada no início da temporada, e a eventual volta de Fuentes, que deve treinar com o grupo ainda nesta semana, pode representar um alento. A presença do lateral pode recuperar parte da dinâmica que favorecia o estilo do uruguaio. Entretanto, como o jogo contra o Botafogo está marcado para o próximo sábado (26), às 21 horas, no gramado sintético do Estádio Nilton Santos, a comissão técnica ainda avalia se o defensor estará apto a ser relacionado.
Polêmica com arbitragem
Em meio à análise de desempenho individual, Renato também se viu envolvido em mais uma polêmica com a arbitragem. Após o empate diante do Vitória, ele manifestou forte indignação com a não marcação de um pênalti em cima de Arias.
“Muitos do que estão lá no VAR, a CBF dá uma Ferrari para o Stevie Wonder pilotar”, criticou o técnico, referindo-se à atuação de Marcio Henrique de Gois no comando do VAR e do árbitro Matheus Candançan. Segundo Renato, “é inaceitável” que, mesmo com o uso da tecnologia, um puxão tão evidente não tenha sido punido com a penalidade máxima.
“Eu gostaria de ouvir o áudio. Como o cara que tem todos os ângulos não chamou o árbitro?”, questionou o treinador, que já havia feito comparações semelhantes em outras ocasiões durante sua carreira. Ainda assim, ele reconheceu falhas internas: “Deixamos escapar uma vitória importante no Maracanã. Tivemos algumas oportunidades para matar o jogo, inclusive essa claríssima do pênalti”.