Renato Gaúcho protesta contra CBF: ‘Stevie Wonder…’

O empate entre Fluminense e Vitória, no domingo (20 de abril), no Maracanã, resultou em fortes críticas de Renato Gaúcho à arbitragem da partida, sobretudo ao uso do árbitro de vídeo. A igualdade por 1 a 1 interrompeu a sequência de vitórias do Tricolor sob o comando do treinador, que demonstrou frustração com a atuação da equipe de arbitragem e com o desfecho do confronto.

Críticas contundentes ao VAR

Durante a coletiva após o jogo, Renato Gaúcho não poupou palavras ao se referir ao VAR. “Quem apita os jogos hoje em dia é o VAR. Não sou contra, é uma coisa que veio para ajudar, mas pelo jeito prejudicar. Muitos do que estão lá, a CBF dá uma Ferrari para o Stevie Wonder pilotar”, disparou o técnico.

A analogia, aliás, marcou a entrevista e foi utilizada para ilustrar sua indignação com a não marcação de um pênalti em Jhon Arias, ainda no segundo tempo.

A jogada em questão ocorreu aos 27 minutos. Arias, em velocidade, tentou girar para escapar dos defensores do Vitória e, ao ser segurado pela camisa, caiu dentro da área. O árbitro Matheus Candançan optou por não marcar a penalidade e, para revolta dos tricolores, o VAR, comandado por Marcio Henrique de Gois, também não interveio.

“Ridículo o lance. No último jogo, eu elogiei a arbitragem. Hoje foi inaceitável. Só faltou o árbitro tirar a camisa do Arias e levar para casa”, comentou Renato.

Análise do jogo e falhas na reta final

Apesar da polêmica, o treinador também apontou falhas no desempenho de sua equipe como fatores determinantes para o empate. O Fluminense vencia por 1 a 0 até os acréscimos da etapa final, quando sofreu o gol de empate.

“No segundo tempo, o Vitória se soltou e nos atacou mais, mas não estava tendo situações claras de gol. No fim, quando fechei a casinha, coloquei jogadores mais altos por causa das bolas aéreas. Em um erro coletivo, tomamos um gol que não podíamos tomar”, afirmou.

Renato reconheceu que o time perdeu chances de “matar o jogo”, inclusive com a jogada de Arias que, segundo ele, poderia ter definido a partida. “É muito perigoso manter o placar apertado até o final. Treinamos para aproveitar as chances. Hoje fizemos só um gol e pagamos caro por isso”, acrescentou.

Estratégia e substituições

Questionado sobre as alterações no fim do jogo, o técnico explicou a entrada de Thiago Santos no lugar de Martinelli, que pediu para sair por cansaço. “O Martinelli correu muito. Ele fez sinal que estava esgotado. Coloquei o Thiago porque ele é bom na bola aérea. Faltando três ou quatro minutos, a bola aérea é sempre um perigo”, justificou.

Renato também abordou aspectos táticos e citou orientações específicas aos atacantes. Ele criticou a postura de jogadores que permanecem abertos em campo, comportamento que ele associa ao estilo de treinadores estrangeiros.

“Eu gosto que o atacante feche. Jogada pela direita, tem que estar na área. Pela esquerda, também. São atacantes, têm que fazer gol”, explicou, ao comentar a substituição de Canobbio por Serna, com o intuito de explorar os espaços deixados pelo Vitória.

Situação na tabela

Com o empate, o Fluminense chegou aos 10 pontos, caiu para a terceira colocação e viu Flamengo e Palmeiras assumirem as duas primeiras posições. Ainda assim, a equipe segue invicta com Renato Gaúcho. O próximo desafio será na quarta-feira (23), fora de casa, contra o Unión Española, pela Copa Sul-Americana, às 19 horas (de Brasília).