A Justiça do Trabalho condenou o Sport em primeira instância ao pagamento de R$ 4,6 milhões ao ex-meia Everton Felipe. A decisão, divulgada nesta quarta-feira (23), reconhece a omissão do clube no suporte médico ao atleta e aponta fraude na remuneração por direitos de imagem. Embora ainda caiba recurso, o valor pode alcançar até R$ 6 milhões com acréscimos de indenizações diversas.
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Revelado pelas categorias de base do Sport, Everton atuou pelo clube em diferentes períodos entre 2014 e 2022. Em sua trajetória, acumulou graves lesões no joelho, sendo a mais recente em março de 2022. Após cirurgia de menisco naquele ano, o jogador não conseguiu retomar a carreira e anunciou aposentadoria precoce aos 26 anos. “Tenho 27 anos e não consigo mais correr, nem subir escadas sem dor”, relatou.
A sentença responsabiliza o clube pela ausência de acompanhamento médico contínuo, mesmo após sucessivos procedimentos cirúrgicos. Um dos trechos do parecer destaca que o atleta realizou a última cirurgia sem o suporte do departamento médico rubro-negro, o que evidenciaria a falta de zelo da instituição com a saúde de seu profissional.
O perito judicial apontou que o atleta atuava com artrose avançada e que o uso de medicamentos para amenizar dores apenas agravou a condição. Além da indenização principal, a decisão inclui pagamentos por danos morais, seguro obrigatório, estabilidade acidentária e despesas médicas comprovadas.
Apesar da alegação de que o Sport teria impedido uma transferência ao futebol português, o juiz considerou o argumento improcedente por ausência de prova válida. O documento apresentado não continha assinaturas, comprometendo sua autenticidade.
O departamento jurídico do clube informou que ainda analisa a decisão e irá se manifestar oportunamente. O advogado de Everton, João Augusto Régis, destacou que a sentença reconhece o acidente de trabalho e seus impactos irreversíveis.