O Corinthians confirmou a chegada de Dorival Júnior para assumir o comando técnico em um cenário de alta rotatividade de treinadores. Desde o início da gestão de Augusto Melo, em janeiro de 2024, o clube registra uma média de uma troca de treinador a cada cinco meses e meio. A prática, aliás, reflete um padrão já observado nas administrações anteriores, sobretudo na gestão de Duílio Monteiro Alves.
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Antes da chegada de Dorival, o Corinthians já havia passado por três técnicos diferentes sob o comando de Augusto Melo. Mano Menezes, remanescente da gestão anterior, iniciou a temporada, mas foi demitido em fevereiro, após acumular quatro derrotas consecutivas no Campeonato Paulista.
António Oliveira foi contratado posteriormente e evitou um vexame estadual. Entretanto, resultados negativos no Brasileirão encerraram sua passagem após cinco meses. Ainda em julho de 2024, Ramón Díaz assumiu a equipe, livrando o Timão do rebaixamento com uma impressionante sequência de nove vitórias seguidas na reta final da competição.
O argentino conquistou o título do Paulistão e quebrou um jejum de seis anos sem títulos estaduais. Apesar disso, a eliminação precoce na Libertadores e a instabilidade no Brasileirão custaram-lhe o cargo. Ramón e seu filho, Emiliano, foram demitidos apenas 21 dias após a conquista estadual, encerrando uma passagem de nove meses.
Assim sendo, Dorival Júnior torna-se o quarto comandante da gestão atual, evidenciando a instabilidade que impera no departamento de futebol do clube. A média de duração dos técnicos sob a presidência de Augusto Melo é de aproximadamente 160 dias.
Continuidade de um padrão
A prática de constantes trocas no comando técnico não é inédita no Corinthians. Sob Duílio Monteiro Alves, entre 2021 e 2023, o clube promoveu seis mudanças em 1093 dias de gestão. Nomes como Vagner Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira, Fernando Lázaro, Cuca, Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes passaram pelo cargo. Cuca, por exemplo, permaneceu apenas uma semana, enquanto Vítor Pereira foi o mais longevo, com cerca de nove meses de trabalho.
Embora Sylvinho também tenha atingido mais de oito meses no cargo, ambos os técnicos deixaram o clube em situações delicadas, evidenciando a dificuldade corinthiana em consolidar projetos de longo prazo. Portanto, o histórico recente demonstra que, independentemente da gestão, a troca frequente de treinadores é uma prática que persiste no Parque São Jorge.
Expectativas para Dorival Júnior
Dorival Júnior chega ao clube em meio a esse cenário, com o objetivo primordial de oferecer estabilidade técnica. Conforme divulgado, ele iniciará seu trabalho na segunda-feira (28 de abril) e deverá estrear oficialmente na quarta-feira (30 de abril), conforme o planejamento interno. “Dorival só é técnico do Corinthians porque quis muito”, revelou um jornalista ligado à cobertura do clube, destacando a determinação do treinador em assumir o desafio.
Anteriormente, Dorival havia dirigido os outros três grandes clubes paulistas — São Paulo, Palmeiras e Santos — e agora completa a lista ao assumir o Corinthians. Afinal, seu currículo, marcado por passagens vitoriosas, representa uma esperança para um clube que busca não apenas resultados, mas também uma gestão esportiva mais estável.
A constante pressão e seus impactos
Embora o clube tenha conquistado o Campeonato Paulista recentemente, o ambiente de instabilidade gera efeitos diretos sobre o elenco e o planejamento estratégico da equipe. A alta rotatividade prejudica a continuidade dos trabalhos, fragilizando projetos que poderiam amadurecer com o tempo.