A declaração de Fernando Diniz sobre sua passagem pelo São Paulo

Fernando Diniz comandando a Seleção Brasileira (Foto: Daniel Ramalho/AFP)

Treinador comentou sobre seu trabalho no Tricolor

O técnico Fernando Diniz participou do programa “Abre Aspas”, do ge, e comentou sobre a passagem que teve pelo São Paulo. Em 26 de setembro de 2019, Diniz foi anunciado pelo Tricolor paulista para a vaga na época que foi deixada por Cuca, que havia pedido demissão.

No comando do São Paulo, Fernando Diniz teve 34 vitórias, 20 empates e 20 derrota em 74 jogos. Em 2020, o Tricolor liderou o Campeonato Brasileiro e chegou a abrir sete pontos de vantagem para o vice-líder. O título parecia encaminhado, no entanto, a equipe teve uma queda impressionante e terminou a competição em quinto lugar. Naquele ano, o Flamengo conquistou o título.

Fernando Diniz acabou demitido do cargo antes mesmo do fim do Campeonato Brasileiro daquele ano. Após uma sequência de sete jogos sem vencer, a diretoria Tricolor optou por desligar Diniz do comando técnico do clube em 1 de fevereiro.

No programa “Abre Aspas”, do ge, Fernando Diniz comentou sobre sua passagem pelo São Paulo e opinou porque não conquistou nenhum título no comando do Tricolor. Para Diniz, a troca na diretoria impactou diretamente no trabalho.

“É muito difícil falar. Eu sempre falo disso quando tenho oportunidade: a troca de gestão. Aquele São Paulo era um trabalho de muitas mãos, de ambiente muito positivo, de pessoas ali envolvidas no processo de lidar com o jogador, que acabaram favorecendo que as coisas acontecessem da maneira que acontecia no campo. Teve a pandemia e a eleição (presidencial do São Paulo) era em dezembro, mas o campeonato terminaria só em meados de fevereiro, quase março, era um momento de transição que eu acho que teve um impacto grande”, iniciou.

“É difícil você não colocar isso na equação. E não é por conta das pessoas, é por causa do momento de transição. Quem vai chegar tem a sua cabeça e tem o seu desejo de mudança, e a gente sabia que tinha esse desejo de mudança, então isso foi um impacto. Isso foi uma coisa que impactou o time, foi uma coisa meio instantânea, no momento da transição o time degringolou”, acrescentou o treinador.

Diniz também comentou sobre a situação envolvendo Tchê Tchê, que ficou bastante marcado e que para muita gente influenciou na queda do time. Para o treinador, a questão com o jogador foi resolvida, mas admitiu que o incidente e a mudança na gestão podem sim ter influenciados.

“As pessoas às vezes associam alguma coisa com o incidente do Tchê Tchê, mas não, não foi isso. Isso foi uma coisa que no outro dia estava tudo ok. Como time, a gente já tinha resolvido essa questão. Eu acho que essa questão da mudança da direção naquele momento foi uma coisa que pesou, mas não foi só isso. É difícil explicar. O time perdeu confiança e depois não é que foi caindo, estava assim (para cima) e foi assim (para baixo). Eu não consigo explicar. Eu falo sempre da mudança, que é uma coisa que de fato aconteceu, mas não dá para falar que foi só por causa disso”, disse, continuando:

“Tem gente que fala: “foi depois do negócio do Tchê Tchê”. Talvez seja um pouco dessas duas coisas e mais outras tantas que possam ter acontecido. Do jeito que estava, tinha uma pinta muito grande que o time nem precisa muito mais da interferência do treinador. O time fazia jogos em que tinha muita pouca correção para fazer, era quase que uma coisa automática, um jeito de jogar. E naquele momento ali teve uma quebra e uma oscilação para baixo, muito forte”, finalizou Fernando Diniz.