O Náutico anunciou nesta segunda-feira (28) o encerramento das tratativas com o Consórcio Timbu para a venda de 90% das ações da sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF). De acordo com o presidente Bruno Becker, a decisão dos investidores em se retirarem foi recebida como um processo de amadurecimento para o clube. Afinal, o mandatário alvirrubro destacou que o episódio contribuiu para fortalecer a compreensão interna sobre a importância da SAF para o futuro da instituição.
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Durante a entrevista, Becker explicou que a desistência não representa um fracasso. “Estamos tratando da retirada de uma proposta, não do insucesso da SAF”, pontuou. Segundo ele, assim como negociações anteriores, a atual proposta foi retirada por questões específicas. Ainda assim, o dirigente afirmou que a construção da SAF no clube segue sendo uma prioridade, e que, atualmente, há um consenso quase unânime sobre a necessidade do projeto.
Entre os pontos mais sensíveis que levaram ao rompimento, esteve a questão do patrimônio. O Conselho Deliberativo não aceitou a cláusula que previa a transferência de 47,48 hectares do Centro de Treinamento Wilson Campos para a SAF. Conforme Becker, a diretoria compreendeu que qualquer modelo futuro precisa preservar o patrimônio do Náutico. “Se for para dar destino ao patrimônio, que seja pelas mãos do próprio clube”, reforçou o assessor da presidência, Roberto Pimentel.
Posteriormente, o clube retomou o contato com outros grupos de investidores que já haviam demonstrado interesse anteriormente. Segundo Becker, essas conversas foram pausadas enquanto a negociação com o Consórcio Timbu estava em andamento, mas agora voltam a ser prioridade. Assim, o Náutico pretende encontrar parceiros que respeitem suas diretrizes e objetivos.
Ainda que as conversas com o Consórcio Timbu tenham sido encerradas, o presidente revelou que o relacionamento entre as partes permanece cordial. “Eles continuam interessados e talvez, com um novo modelo de proposta, possamos evoluir em curto prazo”, explicou. Portanto, o clube segue aberto a novas possibilidades, mas mais firme em seus princípios.
Conforme a diretoria, essa experiência reforçou a necessidade de uma postura mais assertiva nas próximas tratativas. “Hoje o Náutico está mais duro para dizer ao mercado o que ele quer”, comentou Pimentel. Assim sendo, o clube acredita que o amadurecimento obtido neste processo servirá de base para futuras negociações que estejam em consonância com os seus interesses institucionais.