O Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians recomendou, nesta segunda-feira (28 de abril), a reprovação das contas referentes ao primeiro ano de gestão do presidente Augusto Melo. Em reunião interna, por 16 votos a um, o órgão também sugeriu o afastamento do mandatário por gestão temerária. A medida se baseia no aumento expressivo do passivo do clube, que alcançou R$ 829 milhões em apenas doze meses.
Notícias mais lidas:
Embora o termo “endividamento” tenha sido usado no relatório para se referir a este valor, a elevação real da dívida foi de aproximadamente R$ 600 milhões, uma vez que o passivo inclui também receitas a realizar. Assim, a dívida total do Corinthians, somadas as obrigações do clube e o financiamento da Neo Química Arena, atingiu a marca de R$ 2,5 bilhões, conforme balanço financeiro mais recente.

O parecer do Cori destacou ainda a falta de transparência da diretoria em relação à documentação obrigatória. Conforme o relatório, diversos documentos, como balancetes mensais e faturas de cartão de crédito, não foram apresentados mesmo após múltiplas solicitações. As faturas chegaram a somar R$ 2,8 milhões até junho de 2024 e, posteriormente, alcançaram R$ 4,8 milhões, sem a devida discriminação de gastos.
Outro ponto criticado foi a ausência de explicações para ajustes gerenciais na ordem de R$ 192 milhões. Ademais, o critério de contratação de prestadores de serviço, como a empresa de segurança Workserv, foi considerado nebuloso pelo órgão. Aliás, a diretoria também não apresentou o contrato de Memphis Depay, que pode chegar ao custo de R$ 120 milhões com bonificações e prêmios.
Diante de tantos apontamentos, o Conselho Deliberativo decidiu pela reprovação do balanço financeiro de 2024. A medida, segundo o Cori, visa preservar o Corinthians junto aos órgãos de controle, como o PROFUT, e reforçar a atuação dos mecanismos internos de fiscalização do clube.
Portanto, a atual gestão atravessa um momento delicado, uma vez que a recomendacão de afastamento de Augusto Melo, aliada à reprovação das contas, coloca em xeque a condução administrativa do clube. Eventualmente, novas providências podem ser tomadas pelas instâncias superiores para averiguação mais aprofundada das irregularidades apontadas.